Psicologa Karina Duarte fala para residentes e profissionais do Hugo sobre mulheres vítimas de violência

Atividade ministrada pela psicóloga Karina Duarte Borba aborda fluxos e encaminhamentos das pacientes nessas condições para a rede de atendimento

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) realizou, na manhã desta quinta-feira, 18, uma palestra sobre mulheres vítimas de violência, para residentes e colaboradores da unidade do Governo de Goiás. Ministrada pela psicóloga Karina Duarte Borba, a atividade abordou os fluxos e encaminhamentos das pacientes para a rede de atendimento.

Karina explicou sobre os cinco tipos de violência, psicológica, física, sexual, patrimonial e moral. Ela reforçou com os presentes que, durante o atendimento, é necessário verificar qual o tipo de violência que a paciente sofreu e que todos devem ser relatadas no Formulário de Notificação Compulsória do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

“A ficha atende ao decreto-lei nº 5.099 de 03/06/2004, que institui o serviço de notificação compulsória de violência contra a mulher; e artigo 19 da lei nº 10.741/2003, que prevê que os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idosos são de notificação obrigatória”, disse.

De acordo com a psicóloga, é importante preparar os residentes para a prática profissional com esse público, evitando revitimização dos pacientes e prestando um serviço humanizado e de qualidade às vítimas. “A revitimização é quando a vítima precisa contar repetidas vezes a violência que sofre. Perguntas inadequadas e constrangedoras também aumentam esse sofrimento”, explicou.

Karina destaca que os profissionais de saúde devem ter cuidados para não se tornarem agentes de segurança pública. “Nosso objetivo é muito mais com o acolhimento da paciente e o cuidado com a saúde, nos níveis psicológico e físico, e não investigar de fato o crime que aconteceu com o paciente, não julgar a vítima e trazer para ela revitimização”, frisou.

Para a assistente social Vanessa Alves Pereira, que atua no Hugo, o fenômeno da violência é compreendido a partir de uma perspectiva histórica, cultural e social. “É necessário discutir o tema, pois esclarece vários estigmas implantados na sociedade e possibilita ao profissional pilares eficazes para amenizar o problema”, comentou.

Segundo Vanessa, não são apenas as mulheres que estão expostas, mas também homens, idosos, crianças e adolescentes, sem classificação de classe social. “Os dados alarmantes de violência nos faz pensar, enquanto profissional de saúde, o que podemos contribuir com o enfrentamento e superação da violência nos mais diversos ambientes. Somamos a prática de acolhimento, escuta e articulação da rede proteção, para que a vítima seja atendida em sua integralidade, respeitando sempre sua autonomia e desejo de escolha”, afirmou.

Julianna Adornelas (texto e foto)/Instituto CEM

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde-GO